As mãos do Terapeuta Morfoanalista captam quando no corpo do paciente não há espaço e que tudo está apertado, petrificado, sabe reconhecer quando o mecanismo defensivo: "não sentir para não sofrer" está ativado. O TM pensa com as mãos e escuta os gritos de todas as partes do corpo: a pele, os músculos, os ligamentos, as vísceras. Ajuda o paciente a adquirir uma qualidade de presença sensorial no corpo, o que é fundamental para permitir a profundidade e a eficácia das técnicas utilizadas que vão equilibrar a tonicidade e elasticidade de todos os tecidos.

Quando o sistema sensorial está congelado os intercâmbios respiratórios e celulares estão diminuídos. Com o metabolismo inibido, as tensões musculares aumentam e a consequência natural é o desenvolvimento dos tecidos fibrosos e a rigidez. O TM pressente claramente que por trás dessa esclerose tissular se esconde um sofrimento; e sua empatia tátil lhe permite entrar em contato com essas feridas e núcleos traumáticos encapsulados no corpo.

Sensações de peso, de achatamento, de volume, o frio dos pés, o calor inflamatório dos joelhos, a aderência de uma cicatriz, a hipertonicidade dos trapézios, a fibrose dos ísquios-tibiais, são algumas das percepções que fazem sentido e guiam o terapeuta. Esta capacidade associativa do terapeuta que une as sensações com os pensamentos é indispensável para ajudar o paciente a recuperar os bloqueios e liberar as tensões.

Na Formação, o aluno aprende a equilibrar os elementos teóricos e técnicos de um quadro bem estruturado a partir de conhecimentos fisiológicos, biomecânicos e psíquicos, isso permite ao futuro Terapeuta Morfoanalista se deixar guiar pela inteligência das mãos para uma escuta sensível e um gesto terapêutico criativo.